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quarta-feira, 14 de março de 2012

Algumas lições da figueira que secou.





“E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos ouviram isto... E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes” (Marcos 11.12-14,19-20).
Este episódio da figueira estéril tipifica com muita precisão o estado espiritual no qual se encontrava o povo de Israel, principalmente seus líderes, em sua religião legalista. Por fora parecia bela e frondosa, mas interiormente desprovida de frutos. É importante notar que, paralelo a este acontecimento, o Senhor Jesus purificou o Templo de Jerusalém que havia se tornado um lugar para os aproveitadores e exploradores da fé. O que deveria ser ‘casa de oração’, havia se tornado num ‘covil de ladrões’ (Marcos 11.15-17). Assim como a figueira, este santo lugar por fora parecia belo e formoso em sua suntuosidade, mas por dentro’ o mau cheiro’ das ações dos que ali vendiam e negociavam, pairava no ar. Jesus não perdeu tempo, purificou o lugar. Então, vamos tirar algumas lições deste acontecimento para a igreja de nossos dias e também para nossa própria vida como cristãos.
1 – A figueira de longe dava a impressão que tinha frutos. Semelhantemente a figueira da narrativa bíblica, algumas coisas avistadas de longe parecem formosas e cheias de vida a primeira vista. Alguns movimentos e acontecimentos no meio evangélico tendem a serem visto como poderosos e cheios de resultados. A vida de alguns cristãos dá a impressão de que são cheias de poder e de frutos espirituais. Mas, uma análise detalhada dos fatos e a convivência no dia-a-dia mostrarão que não é bem o que parece ser. Quando se procura pelos frutos o que se encontra é uma vida estéril, vazia, desprovida da graça divina e dos frutos espirituais. Jesus certamente ficou ‘desapontado’ quando procurou fruto entre a folhagem e nada encontrou. De igual forma penso que o sentimento é o mesmo quando alguém percebe que em determinados movimentos, ditos cristãos, nada passou de barulho e emoção. Quando alguém espera de nós padrões e comportamentos que condizem com o que cremos e pregamos, mas nada disso encontram e constata que era apenas aparência.
2 – Jesus se aproximou da figueira em busca de fruto, mas só havia folhas. Nesta época em que a aparência conta muito e alguns se aproveitam para passarem despercebidos. Onde muitas vezes o barulho é grande mais os resultados e conteúdos quase não existem. É preciso que façamos sempre, uma análise detalhada das coisas e dos fatos antes de formularmos algum juízo a respeito. Não devemos nos precipitar. Precisamos avaliar ‘a figueira’ de perto, para sabermos se além de folhas existem também os frutos. Não devemos nos enganar com a aparência. Não podemos ser enganado pelos olhos como aconteceu com o profeta Samuel ao chegar à casa de Jessé para ungir o novo rei de Israel e se encantou com Eliabe à primeira vista (I Samuel 16.6,7). Infelizmente, não é difícil percebemos que algumas igrejas se encontram estéreis. Alguns ministérios vazios e sem vida. De igual modo, é necessário também avaliarmos nossa vida de cristão a fim de encontrarmos em nós mesmos o fruto do Espírito Santo, qualidade sine qua non para vida de todo filho de Deus (Gálatas 5.22). Uma árvore florida até serve para enfeitar o ambiente, torná-lo mais verde, mais harmonioso, mas, somente os frutos poderão saciar a fome. O Senhor Jesus disse aos seus discípulos “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos” (João 15.8).  
3 – Não era tempo de figos. A primeira vista parece estranho que o Senhor Jesus tenha sentenciado a figueira a não produzir nunca mais frutos quando o evangelista Marcos afirma que não era tempo da figueira dá figos. Teria Jesus cometido uma injustiça? Estava Ele procurando frutos em momento errado? De forma alguma. Nosso Deus é perfeito e Nele não há falhas nem tampouco sombra de variações. O certo é que este fato ocorreu entre o mês de março e abril – período em que os judeus celebravam a páscoa – e os frutos da figueira só aparecem entre Maio e Junho. No entanto, naquele momento, aquela figueira deveria estar carregada de brotos, pois foi a estes que Jesus procurou para ‘matar’ a fome. “Alguns dizem que os primeiros brotos de frutos da figueira aparecem dois meses antes das folhas, portanto, mesmo não sendo época de figos, a figueira já aparentava maturidade suficiente para mesmo fora de época, possuir frutos! Cristo olha de um lado, olha de outro e só vê folhas, nenhum fruto, então lança uma maldição sobre a figueira que o "ENGANOU" com sua aparência”. (http://monergismo.com/forum/index.php?topic=690.0). Veja que o texto diz que Jesus “foi ver se nela acharia alguma coisa”. Porém, nada encontrou. Que desalentador era esta contestação.  A figueira não tinha nem os primeiros frutos, tão essencial à sua frutificação futura, pois primeiro vinham os brotos, depois as folhas e por fim os frutos. Este ponto nos ensina que a frutificação na vida espiritual é um processo gradativo, contudo na vida do cristão devem aparecer frutos espirituais. Não se concebe cristianismo somente de aparência. Não é aceitável uma fé sem resultados reais na vida de quem a possuí. Mas uma vez, compete-nos lançarmos uma olhar sobre nós mesmos e fazermos a pergunta, estou eu produzindo frutos em minha vida para a glória do meu Senhor?! Ouçamos o que diz a Santa Palavra de Deus “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (João 15.16).
4 – A figueira se secou desde as raízes. O que aconteceu com a figueira nos trás um alerta. Cristianismo de aparências, vida desprovida do fruto do Espírito Santo e santidade, ministério estéril, falsa espiritualidade, não subsistem ao tempo. Poderá até num primeiro momento ‘enganar’ como aconteceu com a figueira, mas por fim secará por não haver frutificação, revelando o seu verdadeiro estado.
Sabemos que na atual dispensação bíblica chamada de dispensação da graça, Deus abriu ‘Seus Santos celeiros’ à sua igreja, provendo-a das mais excelentes bênçãos celestiais. Entendemos através de Sua Palavra que o tratamento com o Seu Povo Israel está, por um momento, ‘estacionado’ e que o Senhor está ‘voltado’ para o povo comprado com o sangue de Seu Filho Jesus, a igreja. Portanto, urge sermos frutíferos e glorificarmos ao Nosso Deus com toda nossa vida.

3 comentários:

  1. Então porque Deus permite que exista pessoas no meio de nós que vivam essa vida de aparência e cuja a arvore não dar mais frutos e mesmo assim consegue levar com ele tantas pessoas para uma vida de engano sem a verdadeira presença de Deus.
    assim como Deus cortou a figueira ele não deveria mostrar com pressa quem são de verdade as pessoas?

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  2. Irmã Elizafan. Neste particular precisamos considerar um atributo divino para compreendermos o tempo que Deus passa para agir nestes casos, a longanimidade divina. A Bíblia diz que Deus é longânimo, ou seja, dá tempo a pessoa pra se arrepender e abandonar a vida de aparência e ser restaurada pelo Senhor. Para muita gente falta o discernimento por isso são enganadas e se deixam levar pela aparência da falsa piedade.

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  3. Irmão Éverton Colportor16 de março de 2012 às 08:28

    Acho que tem uma diferença entre a figueira e as pessoas que vivem de aparência. A figueira secou segundo a ordem do Senhor. Já as pessoas que demostram ser o que não são, por si só, se secará. como respondeu o Pb júnior mendes A Elizafan, a longanimidade de Deus é a causa das pessoas permanecerem por muito tempo neste estado - de aparencia. Mas do que tudo, precisamos é de evidências de Cristo em nossas vidas.

    Um abraço e a paz!!

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