“E,
no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma
figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a
ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando,
disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os seus discípulos
ouviram isto... E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando
pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes” (Marcos
11.12-14,19-20).
Este episódio da
figueira estéril tipifica com muita precisão o estado espiritual no qual se
encontrava o povo de Israel, principalmente seus líderes, em sua religião
legalista. Por fora parecia bela e frondosa, mas interiormente desprovida de
frutos. É importante notar que, paralelo a este acontecimento, o Senhor Jesus
purificou o Templo de Jerusalém que havia se tornado um lugar para os
aproveitadores e exploradores da fé. O que deveria ser ‘casa de oração’, havia
se tornado num ‘covil de ladrões’ (Marcos 11.15-17). Assim como a figueira,
este santo lugar por fora parecia belo e formoso em sua suntuosidade, mas por
dentro’ o mau cheiro’ das ações dos que ali vendiam e negociavam, pairava no
ar. Jesus não perdeu tempo, purificou o lugar. Então, vamos tirar algumas
lições deste acontecimento para a igreja de nossos dias e também para nossa
própria vida como cristãos.
1 – A figueira de longe dava a impressão que
tinha frutos. Semelhantemente a figueira da narrativa bíblica, algumas
coisas avistadas de longe parecem formosas e cheias de vida a primeira vista.
Alguns movimentos e acontecimentos no meio evangélico tendem a serem visto como
poderosos e cheios de resultados. A vida de alguns cristãos dá a impressão de
que são cheias de poder e de frutos espirituais. Mas, uma análise detalhada dos
fatos e a convivência no dia-a-dia mostrarão que não é bem o que parece ser.
Quando se procura pelos frutos o que se encontra é uma vida estéril, vazia,
desprovida da graça divina e dos frutos espirituais. Jesus certamente ficou
‘desapontado’ quando procurou fruto entre a folhagem e nada encontrou. De igual
forma penso que o sentimento é o mesmo quando alguém percebe que em
determinados movimentos, ditos cristãos, nada passou de barulho e emoção. Quando
alguém espera de nós padrões e comportamentos que condizem com o que cremos e
pregamos, mas nada disso encontram e constata que era apenas aparência.
2 – Jesus se aproximou da figueira em busca de
fruto, mas só havia folhas. Nesta época em que a aparência conta muito e
alguns se aproveitam para passarem despercebidos. Onde muitas vezes o barulho é
grande mais os resultados e conteúdos quase não existem. É preciso que façamos
sempre, uma análise detalhada das coisas e dos fatos antes de formularmos algum
juízo a respeito. Não devemos nos precipitar. Precisamos avaliar ‘a figueira’
de perto, para sabermos se além de folhas existem também os frutos. Não devemos
nos enganar com a aparência. Não podemos ser enganado pelos olhos como
aconteceu com o profeta Samuel ao chegar à casa de Jessé para ungir o novo rei
de Israel e se encantou com Eliabe à primeira vista (I Samuel 16.6,7).
Infelizmente, não é difícil percebemos que algumas igrejas se encontram
estéreis. Alguns ministérios vazios e sem vida. De igual modo, é necessário
também avaliarmos nossa vida de cristão a fim de encontrarmos em nós mesmos o
fruto do Espírito Santo, qualidade sine
qua non para vida de todo filho de Deus (Gálatas 5.22). Uma árvore florida
até serve para enfeitar o ambiente, torná-lo mais verde, mais harmonioso, mas,
somente os frutos poderão saciar a fome. O Senhor Jesus disse aos seus
discípulos “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis
meus discípulos” (João 15.8).
3 – Não era tempo de figos. A primeira
vista parece estranho que o Senhor Jesus tenha sentenciado a figueira a não
produzir nunca mais frutos quando o evangelista Marcos afirma que não era tempo
da figueira dá figos. Teria Jesus cometido uma injustiça? Estava Ele procurando
frutos em momento errado? De forma alguma. Nosso Deus é perfeito e Nele não há
falhas nem tampouco sombra de variações. O certo é que este fato ocorreu entre
o mês de março e abril – período em que os judeus celebravam a páscoa – e os
frutos da figueira só aparecem entre Maio e Junho. No entanto, naquele momento,
aquela figueira deveria estar carregada de brotos, pois foi a estes que Jesus
procurou para ‘matar’ a fome. “Alguns
dizem que os primeiros brotos de frutos da figueira aparecem dois meses antes
das folhas, portanto, mesmo não sendo época de figos, a figueira já aparentava maturidade
suficiente para mesmo fora de época, possuir frutos! Cristo olha de um lado,
olha de outro e só vê folhas, nenhum fruto, então lança uma maldição sobre a
figueira que o "ENGANOU" com sua aparência”. (http://monergismo.com/forum/index.php?topic=690.0).
Veja que o texto diz que Jesus “foi ver
se nela acharia alguma coisa”. Porém, nada encontrou. Que desalentador era
esta contestação. A figueira não tinha
nem os primeiros frutos, tão essencial à sua frutificação futura, pois primeiro
vinham os brotos, depois as folhas e por fim os frutos. Este ponto nos ensina
que a frutificação na vida espiritual é um processo gradativo, contudo na vida
do cristão devem aparecer frutos espirituais. Não se concebe cristianismo
somente de aparência. Não é aceitável uma fé sem resultados reais na vida de
quem a possuí. Mas uma vez, compete-nos lançarmos uma olhar sobre nós mesmos e
fazermos a pergunta, estou eu produzindo frutos em minha vida para a glória do
meu Senhor?! Ouçamos o que diz a Santa Palavra de Deus “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei,
para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo
quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (João 15.16).
4 – A figueira se secou desde as raízes. O
que aconteceu com a figueira nos trás um alerta. Cristianismo de aparências,
vida desprovida do fruto do Espírito Santo e santidade, ministério estéril, falsa
espiritualidade, não subsistem ao tempo. Poderá até num primeiro momento ‘enganar’
como aconteceu com a figueira, mas por fim secará por não haver frutificação,
revelando o seu verdadeiro estado.
Sabemos que na
atual dispensação bíblica chamada de dispensação da graça, Deus abriu ‘Seus Santos
celeiros’ à sua igreja, provendo-a das mais excelentes bênçãos celestiais.
Entendemos através de Sua Palavra que o tratamento com o Seu Povo Israel está,
por um momento, ‘estacionado’ e que o Senhor está ‘voltado’ para o povo
comprado com o sangue de Seu Filho Jesus, a igreja. Portanto, urge sermos frutíferos
e glorificarmos ao Nosso Deus com toda nossa vida.
Então porque Deus permite que exista pessoas no meio de nós que vivam essa vida de aparência e cuja a arvore não dar mais frutos e mesmo assim consegue levar com ele tantas pessoas para uma vida de engano sem a verdadeira presença de Deus.
ResponderExcluirassim como Deus cortou a figueira ele não deveria mostrar com pressa quem são de verdade as pessoas?
Irmã Elizafan. Neste particular precisamos considerar um atributo divino para compreendermos o tempo que Deus passa para agir nestes casos, a longanimidade divina. A Bíblia diz que Deus é longânimo, ou seja, dá tempo a pessoa pra se arrepender e abandonar a vida de aparência e ser restaurada pelo Senhor. Para muita gente falta o discernimento por isso são enganadas e se deixam levar pela aparência da falsa piedade.
ResponderExcluirAcho que tem uma diferença entre a figueira e as pessoas que vivem de aparência. A figueira secou segundo a ordem do Senhor. Já as pessoas que demostram ser o que não são, por si só, se secará. como respondeu o Pb júnior mendes A Elizafan, a longanimidade de Deus é a causa das pessoas permanecerem por muito tempo neste estado - de aparencia. Mas do que tudo, precisamos é de evidências de Cristo em nossas vidas.
ResponderExcluirUm abraço e a paz!!