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sexta-feira, 30 de março de 2012

Apocalipse, a Revelação de Jesus Cristo. Subsídios para a lição Bíblica



As revelações dadas por Jesus Cristo ao apóstolo João, quando este se encontrava preso na ilha de Patmos por causa do seu testemunho e da Palavra de Deus (Ap. 1.9), foi endereçada à igreja do primeiro século, principalmente as sete igrejas da Ásia menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia (Ap. 1.11). Contudo, sua mensagem abrange a totalidade da igreja de Cristo em todo tempo, pensamento este que é fortemente validado pela ocorrência do número sete (que aparece muitas vezes neste livro: sete igrejas, sete estrelas, sete castiçais, sete selos, sete trombetas, etc.) que trás a idéia de plenitude nas Sagradas Escrituras, e pelos três problemas principais que se sobressaía naquelas igrejas: esfriamento espiritual, perseguição e a presença de falsos profetas. Vale lembrar que a igreja era recém formada, pois fazia apenas aproximadamente 60 anos da sua fundação, se considerarmos que o livro foi escrito por volta da década de 90 depois de Cristo, e já estava açoitada por estes infortúnios que sempre aparecem na história da igreja do Senhor no decorrer do tempo. Estudando Apocalipse podemos concluir que a sua mensagem, principalmente as cartas, podem ser aplicadas aos santos da igreja de Cristo em todo o tempo e lugar. Apesar de essas cartas serem endereçadas nominalmente às sete igrejas da Ásia menor, sua mensagem continua tão vívida e tão válida quanto o foram naquele tempo. As condições espirituais na qual se encontravam os crentes daquelas igrejas, as advertências, os elogios e as recomendações proclamadas por Jesus a estes, são tão atuais hoje como o era naquela época. Alguns estudiosos encerram a mensagem à igreja e à história do passado. Outros a remete para um futuro distante. Mas o certo é que a mensagem do apocalipse não perdeu sua validade e efeito com o passar do tempo. Estudos e debates vêm sendo travados ao longo dos anos sobre o cumprimento das profecias e o forte simbolismo que contém o último livro das Sagradas Escrituras. Neste trimestre teremos a oportunidade de estudarmos o conteúdo deste livro e conhecermos mais acerca da sua mensagem. Composto por revelações, profecias, visões, símbolos e imagens que apontam para o futuro, este livro, “é um livro que fascina e perturba os leitores” (Richards, 2007, p.540), razão pela qual para muitos o livro do apocalipse não constitui uma obra convidativa para a leitura e a reflexão e não são poucos os que não se debruçam sobre suas verdades por acharem dificílimo e muito enigmático sua compreensão e entendimento. No entanto, ao mesmo tempo em que fascina e perturba, o apocalipse “nos apresenta claramente uma percepção grandiosa e irresistível. O gentil Jesus dos Evangelhos é o Poderoso Deus que exibirá sua majestade nos terríveis julgamento sobre o pecado” (ibidem). Portanto, a mensagem do apocalipse não somente contém advertências e imagens poderosas, mas também palavras de grande consolo, esperança e fortalecimento para a fé dos crentes de todas as épocas. Estamos convidados! Vamos nos esmerar nos estudos desse trimestre com muita humildade e submissão a Santa Vontade de Deus e, acredito que o “Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de variação” (Tg 1.17), há de lançar mais luz ao nosso entendimento para a compreensão das verdades reveladas neste tão maravilhoso livro das Sagradas Escrituras.
No decorrer do tempo linhas de interpretações do apocalipse foram sendo construídas pelos estudiosos da Bíblia Sagrada. A interpretação Futurista, por exemplo, defendida pela igreja primitiva através dos patriarcas como Justino Mártir, Irineu e outros, associa os eventos descritos neste livro, com exceção das cartas, ao futuro retorno de Cristo, e as bestas dos capítulos 13 e 17 identificadas com o anticristo. Esta é a linha mais comumente aceita pela maioria dos estudiosos de hoje. Já a visão Historicista, que associa estes eventos ao período da história entre a primeira vinda de Cristo e a sua segunda vinda, e a interpretação Preterista, que atribui os eventos do apocalipse descritos por João como uma forma de descrever os movimentos do império romano e a religião romana de seus dias (o imperador romano se auto proclamava deus e exigia adoração e a perseguição à igreja estava intensificada), não recebe quase nenhuma aceitação hoje em dia. Porém, independente da linha de interpretação a ser seguida a mensagem do livro apresenta, entre muitos eventos, o conflito dos santos com o reino das trevas, a luta do bem com o mal, e Deus por fim triunfando sobre todos os poderes das trevas. Sua mensagem apresenta a grandeza e o poder de Deus independente de quaisquer circunstâncias. Seu julgamento iminente sobre os ímpios e todos quantos rejeitaram seu amor e sua misericórdia, não faltará. Quão consolador é para nós sabermos que um dia toda a injustiça e toda a maldade por fim será exterminada. Que gozo indizível é gerado na alma do salvo ao ler este livro e descobrir que há um céu de gozo eterno preparado para ele e que uma nova cidade toda adornada de ouro e cristal será a sua morada eterna. Como é reconfortante crer que os sofrimentos pelos quais passam os servos de Jesus Cristo por causa da sua fé e de seu testemunho um dia cessarão, e que nem mais morte, nem mais choro e nem mais dor sofrerão os santos de Deus. Jesus Cristo, o cordeiro que foi morto e reviveu, o Leão da Tribo de Judá, o Rei dos reis e Senhor dos senhores é o centro da mensagem do apocalipse.
Imaginemos como foi espantoso e ao mesmo tempo glorioso para o apóstolo João que anos passados havia presenciado a crucificação de seu Mestre, assistindo aquele espetáculo horripilante onde O Cristo agonizava frágil e debilitado pendurado numa cruz (João 19.26,27), agora via o mesmo Cristo glorioso e majestoso (Ap. 1.12-16). O cordeiro de Deus agora se apresenta como o Grande Juiz. O doce rabi da Galiléia se mostra agora como O Leão da Tribo de Judá. Sua voz mansa e suave agora estrondava como o barulho de muitas águas. A visão era magnífica! E Ele mesmo diz a João “E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno” (1.18). E a João não restou outra coisa diante de tão esplendorosa aparição de seu Senhor a não ser cair aos seus pés “E eu, quando vi, caí a seus pés como morto e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último” (1.17). Esta é a mensagem principal deste livro: O grande Deus reinará para sempre com os seus santos. Todo o mal que assola a humanidade por fim terminará. E diante de tão maravilhosa revelação resta-nos continuarmos fiéis ao Senhor e à Sua Palavra. Resta-nos unirmos cada vez mais ao Santo Espírito de Deus e dizermos: Maranata! Ora vem Senhor Jesus! Boa Aula.
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RICHARDS, O. Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, P. 540 

2 comentários:

  1. Irmão Éverton Colportor31 de março de 2012 às 10:54

    Junior Mendes, Tira-me uma dúvida a respeito da foto que o senhor postou para o subsidio desta 1° lição. Se João estava preso na ilha de patmos, por que ele aparece livre escrevendo? abraços!!

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    1. Caro Everton, a prisão na ilha de Patmos se caracterizava como um exílio. Alguns entende que os presos lá trabalham em minas. É possível que João sequer estivesse preso a grilhões considerando sua idade avançada.

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