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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Lobo em pele de ovelha



Olhando a imagem acima temos, ainda que tênue, uma visualização do que Jesus disse a respeito dos lobos que se apresentariam no meio do rebanho vestido de pele de ovelhas. Ficamos com a impressão de quanto cuidado deve ter os que servem a Cristo com fidelidade da ameaça que representa esta realidade. Ninguém está imune. Nenhum rebanho estar isento de, num dado momento, ter adentrado em seu meio pessoas que interiormente são lobos ferozes mas por fora são ovelhas dóceis e mansa, e enganando a muitos. O Senhor Jesus advertiu seus discípulos e mostrou qual deveria ser os cuidados que deveria tomar sua igreja frente a esta realidade, "Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas" Mt 10.16.
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O apóstolo Paulo em sua despedida da igreja que estava na cidade de Éfeso (Ásia Menor) faz a mesma advertência porém elevando-a para o meio eclesiástico, "Cuidai pois de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele adquiriu com seu próprio sangue. Eu sei que depois da minha partida entrarão no meio de vós lobos cruéis que não pouparão rebanho, e que dentre vós mesmos se levantarão homens, falando coisas perversas para atrair os discípulos após si. Portanto vigiai, lembrando-vos de que por três anos não cessei noite e dia de admoestar com lágrimas a cada um de vós", At 20.28-31. Não temos nós desta geração, mas do que nunca, testemunhado tão dolorosa realidade? Não temos visto quanto estrago tem sido praticado no meio do rebanho do Senhor por causa desses lobos devoradores? Portanto, a exortação do Nosso pastor Jesus é mesma para nós desses últimos dias da igreja de Cristo na terra.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Homenagem

Da esquerda para a direita Pr. José Carlos de Lima (Presidente da AD Paraíba), Pb. José Antônio, Ev. José Batista da Silva, Ev. Walter Melo, Pr. Luiz de Gonzaga e Silva (Pr. da AD Sapé / Pb), Pb. Junior Mendes da Silva, Pr. Rosildo Ferreira da Silva, Ev. Paulo de Oliveira

Aniversário de 90 anos do Evangelista Paulo de Oliveira - Rio Tinto / PB

Aniversário de 90 anos do Evangelista Paulo de Oliveira (Rio Tinto / PB). Da esquerda para a direita (Pb. Luiz Gonzaga Filho, Pb. Junior Mendes da Silva, Ev. Fábio Luiz, Ev. José Batista da Silva, Ev. Paulo de Oliveira(aniversariante), Pr. Luiz de Gonzaga e Silva - da cidade de Sapé / PB

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A revelação de Jesus Cristo




É consenso comum entre boa parte dos estudiosos da Bíblia que o versículo chave do apocalipse encontra-se logo no início do livro ‘Revelação de Jesus Cristo’ (1.1). Podemos então inferir que se trata da revelação de Jesus Cristo dada por Ele mesmo a João, ou seja, Jesus revelando-se a si mesmo em seu estado de glória ao apóstolo do amor. Vários são os aspectos de Cristo nesta aparição e cada aspecto tem um ou mais significados que denotam o Cristo em glória. “João viu Jesus Cristo em um estado glorificado similar, na sua transfiguração (Mt 17.2), e havia visto o seu corpo ressurreto depois que Ele ressuscitou, até a ascensão (Jo 20; At 1.2-11). Nesta visão, o véu foi afastado, e João viu aquele a quem conhecera em carne”. [1] 
Semelhante ao Filho do Homem – Este aspecto do Cristo glorificado demonstra sua perfeita humanidade, o verbo encarnado tornara-se perfeitamente humano, por isso a conclusão: Jesus Cristo é perfeitamente Deus e tornara-se, em sua encarnação, perfeitamente homem. O Senhor Jesus várias vezes em seu ministério terreno referiu-se a si mesmo como o Filho do Homem (Mt 9.6; 10.23; 11.19; Lc 6.5; 9.22; Jo 3.13,14). Esta expressão também denota o Cristo exaltado e está relacionado à mesma expressão usada pelo profeta Daniel (Dn 7.13-15) onde fala do governo do Messias sobre todas as nações (Dn 7.14,15; Fp 2.9-11; Ap 17.14). “Filho do homem é uma tradução semítica para ser humano. Daniel viu um como o filho do homem, o que significa que o que ele viu não era, na verdade, um homem, mas a representação perfeita da humanidade”. [2]. Portanto, a humanidade perfeita de Cristo, sua exaltação e seu governo sobre as nações são caracterizadas neste aspecto do Senhor visto por João, o apóstolo.
Vestido até aos pés de uma veste comprida e cingido pelo peito com um cinto de ouro – A semelhança do sumo sacerdote da Antiga Aliança Jesus aparece na visão vestido por uma longa veste (Êx 28.4), esta é a aplicação aceita entre a maioria dos estudiosos bíblicos. Porém a outras aplicações para este aspecto principalmente no que se refere ao cinto cingindo o peito que era usado por trabalhadores daquela época significando que sua atividade estava concluída, ou seja, enquanto trabalhava o trabalhador usava o cinto ao redor da cintura e quando concluía seu trabalho o cingia no peito dando mostras que sua tarefa estava terminada. Cristo concluiu a obra da Salvação no Calvário. O ouro simboliza a realeza, o poder e a autoridade de Cristo sobre todas as coisas. As vestes brancas simbolizam também a santidade de Deus. Jesus é o nosso Sumo Sacerdote que adentrou aos céus, “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime que os céus” (Hebreus 7.26).
Cabeça e cabelos brancos como a neve, como a lã branca – Esta imagem está relacionada à mesma de Daniel 7.9 onde diz que “um ancião de dias se assentou” no trono. Esta simbologia refere-se à eternidade de Deus. A Bíblia diz que “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje, e eternamente” (Hb 13.8). João havia contemplado esta mesma aparência gloriosa de Cristo em sua transfiguração no monte (Mt 17.2). “As descrições demonstram a pureza e imortalidade, tanto de Deus-Pai como do Deus-Filho” [3]. Este aspecto também simboliza a dignidade do Cristo vivo, pois cabelos brancos representam dignidade acrescentada pela idade.
Os olhos como chama de fogo – Fogo nas escrituras geralmente denota justiça divina, julgamento de Deus sobre o pecado. Um dia, toda obra que alguém tenha feito no reino de Deus passará no ‘crivo’ deste olhar como chama de fogo para saber se subsistirá ao teste da justiça de Cristo (I Co 3.12-15). “Isso indica Sua justiça, assim como Seu juízo sobre todas as coisas impuras” (Dn 10.6; I Co 3.13) [4].
Pés semelhantes ao latão reluzente – Este aspecto simboliza respeito, poder e domínio sobre todas as coisas. Todas as coisas estão debaixo dos pés de Cristo (I Co 15.25).
Sua voz, como a voz de muitas águas – reflete a abrangência e a força da voz divina na revelação. A Bíblia diz que “A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; O Senhor está sobre as muitas águas. A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade” (Salmo 29.3,4). Este aspecto de Cristo glorificado, entre outros, serve pra mostrada sua deidade e sua plena igualdade com o Deus-Pai, pois o Pai na antiga aliança havia se manifestado com esta mesma voz ao profeta Ezequiel, “Eu vi a glória do Deus de Israel que vinha do oriente. A sua voz era como a voz de muitas águas, e a terra resplandeceu por causa da sua glória” (Ezequiel 43.2).  
Da sua boca saía uma aguda espada de dois fios – A palavra de Deus é representada nas Sagradas Escrituras como a Espada do Espírito, “Tomai também... a espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef 6.17). Mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes que tem o poder de penetrar até a divisão da alma e do espírito humano (Hb 4.12). Isaías acerca do Messias diz “E fez a minha boca como uma espada aguda...” (Is 49.2). “As palavras do Messias vindouro seriam como uma espada afiada que penetra na consciência de todo aquele que as ouvir” [5]. Portanto, esta longa e afiada espada de dois gumes que sai da boca do Cristo glorificado representa o poder e o juízo que é promovido pela Palavra de Deus ao entrar no profundo do coração do ser humano.
Seu rosto como o sol em toda a força – Revela a majestade e a glória do Deus-Filho. João havia contemplado o seu rosto desfigurado pelo sofrimento na ocasião do seu martírio, marcado pelos cravos da coroa de espinhos que estava em sua fronte. O profeta Isaías acerca deste acontecimento fala do Messias como alguém que “... não tinha formosura nem beleza; e quando olhávamos para ele, nenhuma beleza víamos, para que o desejássemos. Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is 53.2,3). Agora, o seu rosto brilhava como o sol em sua plena força revelando a majestosa beleza do Cristo glorificado. E chegará o dia em que todos os seus santos o verão assim como Ele é (I João 3.2). Maranata! Ora vem Senhor Jesus!
   
  
[1] Bíblia de Estudo Defesa da Fé. Rio de Janeiro, CPAD, 2010. Pg. 2013
[2] O NOVO COMENTÁRIO BÍBLICO ANTIGO TESTAMENTO. Rio de Janeiro, EDITORA CENTRAL GOSPEL, 2010. Pg. 1286
[3] O NOVO COMENTÁRIO BÍBLICO NOVO TESTAMENTO. Rio de Janeiro, EDITORA CENTRAL GOSPEL, 2010. Pg. 760
[4] Ibidem.
[5] Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1995. Pg. 1049

terça-feira, 10 de abril de 2012

O arrependimento de Deus




Então se arrependeu Deus de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. (Genesis 6.6)
     No principio criou Deus os céus e a terra, e tudo que neles há, e dentro dessa criação está a mais perfeita e singular obra, a qual é o ser humano, o homem. O ser humano é a mais grandiosa criação de Deus, sendo semelhança e imagem do Próprio (Genesis 2.26). Tudo o que existe na terra, céu e mar, foram criados pela ação da palavra de Deus (Genesis 1.3 em diante), mas, o homem foi projetado, formado e criado pelas próprias mãos de Deus Pai, Filho e Espirito Santo (Genesis  1.6; 2.7). O homem tem algo que lhe diferencia dos demais seres viventes, o qual é o sopro da vida, que significa uma parte de Deus dentro do ser humano. Deus investiu tempo, confiança e vida em sua criação chamada homem, Deus projetou lugar e condições de vida e existência para o homem, suprindo suas necessidades físicas e espirituais (Genesis 2.9, 15-17, 21-25). Mas, o tempo passou, e o mal que já existia mesmo antes das criações dos mundos, retratado na pessoa angiológica de lúcifer (satanás) (Isaias 14.11- 23) entra agora em ação, tendo em vista que perdeu lugar junto de Deus (Ezequiel 28.11-19), pois queria ser maior que Deus, investe agora contra a criação de Deus, tendo como alvo principal o homem, e de uma forma estratégica e oportunista, satanás consegue através da sagaz fraqueza da serpente, uma das criaturas de Deus, consegue chegar e enganar o homem, a mais perfeita e sublime criação de Deus, pois aonde satanás chega, traz prejuízo e problemas, pois não foi diferente com o primeiro homem, Adão, foi enganado ele e sua mulher Eva (Genesis 3.1- 6.6), pois satanás foi, é e sempre será responsável por todos os males que possa surgir na terra, e desse engano de Adão em  diante, surgiu  a passagem (Então se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração (Genesis 6.6), passagem a qual muitos não entende, e não interpretam como convém interpretar , e satanás sabendo disso lançou a falsa interpretação, que o homem causou tristeza e arrependimento a Deus, e de uma forma sincrética e subliminar, satanás lança a Idea que a mais sublime e perfeita criação de Deus, não e tão perfeita e sublime assim, dizendo então que Deus falhou em sua criação, e que o homem na verdade só trouxe tristeza e descontentamento para Deus, e isso é uma mentira descabida de satanás , pois ele mente de varias formas , mente desde o principio, mente tão bem que parece ser verdade, mente tão bem, que chega até a confundi os mais ilustre doutores da lei, como por exemplo, Gamaliel.  A bíblia não deve ser interpretada de uma ótica lógica e física, e sim de uma visão espiritual na pessoa do Espirito Santo, pois a própria palavra de Deus  explica ela mesma, basta termos disposição para examina-la e estuda-la, em oração e verdade, e com certeza Deus nos dará o entendimento.
        A palavra arrependimento nesta passagem de Genesis 6.6, em original Hebraico significa “Tristeza”, Em nossa língua “arrependimento”, tristeza ou arrependimento do ponto de vista humano e lógico, é algo que não é bom e agradável de ter, pois estamos acostumados a interpretar tudo que vimos e ouvimos a cerca da bíblia ou de Deus, do ponto de vista atual e natural, e ai erramos, pois Deus não se explica ou se entende, com raciocínio lógico e minado por uma cultura naturalista, emocional, carnal e muita das vezes diabólicas, então precisamente nessa passagem que está em discursão, existe dois tipos de interpretação, a Natural e a Espiritual, pois o entendimento e raciocínio humano a cerca dessas duas palavras “tristeza e arrependimento”,  e diferente da interpretação de Deus, pois quando tentamos interpretar  a palavra de Deus de um ponto de vista natural, racional e lógico, não deixamos lugar para a verdadeira interpretação, que só se da por meio da interpretação Espiritual, mas como entender e afirma tal assunto, somos humanos, mas devemos interpretar a palavra de Deus de uma forma espiritual, pois a ciência explica do ponto de vista dela o principio de tudo, e em nenhum momento reconhece Deus como autor e criador de todas as coisas, mas vejamos:
    Humana: o humano é orgulho, egoísta, tem limites, regras, leis e tempo (Eclesiastes 3), e costuma explicar Deus de um ponto de vista natural e lógico.
   Deus: È o EU SOU, existe por si só, não tem limites, regras, leis e tempo, e é explicado e entendido de uma forma espiritual, por fé, pela Bíblia.
       Mas Genesis 6.6 diz que Deus se entristeceu e se arrependeu de ter feito o homem, é nesse momento que temos que interpretar de uma forma espiritual, o assunto em pauta, pois o diabo está sempre pronto para nos enganar, e nos fazer interpretar de maneira errada a palavra de Deus, pois quando o versículo diz que Deus se arrependeu e se entristeceu de ter feito o homem, e porque Deus viu que o homem foi enganado pelo diabo, e agora iria sofrer todas as consequências previstas para tal engano. Deus não queria que sua criação sofresse todas aquelas consequências,  Deus poderia ter livrado a sua criação de todos os males que até hoje assolam a sua criação, mas ele não livrou diretamente, pois da mesma forma que é misericordioso e bondoso,  é justo, e o senso de justiça de Deus, não livrou diretamente o homem das tais consequências, pois mas tarde faz uma promessa  a respeito do grande livramento eterno , oferecido e homologado por Jesus o Filho de Deus , então entendemos e compreendemos  que Deus jamais se arrependeu e entristeceu de ter feito o homem, pois tal arrependimento e tristeza  se deu pelo fato, que o homem iria a parti do tal engano, sofrer todas as consequências.
       O diabo tentou, e tenta de todas a formas tirar a importância de Adão a criação de Deus, pois a importância e influência de Adão é fundamental para fé cristã e obra de Cristo, pois Adão lembra limites, engano e necessidade de Deus e salvação, e o diabo sabendo dessas verdades tentou e tenta colocar o homem contra Deus, trazendo a mente do homem que somos uma criação que não deu certo um projeto que trouce prejuízo, mas ele perdeu , pois Jesus  já veio e nos deu a grande vitória, pois Jesus é o Adão que não foi enganado, o diabo bem que tentou, na grande tentação, mas ele perdeu, pois Jesus o adão que não foi enganado estava preparado; com essas verdades termino minha participação por esse momento, lembrando  que você e a melhor obra das mão de Deus, e que Ele está feliz por ter criado você. Basta somente reconhecer e interpretar o que Deus tem para você fica na Paz do senhor Jesus.


Dc. Daniel Rego       

Daniel do Rego é colaborador do Blog Pb. Junior Mendes

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A lembrança do passado: Um aparente paradoxo bíblico.






Para este assunto vamos tomar como base dois versículos da Palavra de Deus: “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas” (Isaías 43.18) e “Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim” (Isaías 46.9). À primeira vista estes versículos parecem gerar um forte paradoxo. Afinal, o povo de Deus deveria ou não lembrar do seu passado? Deveria ou não Israel voltar suas lembranças nos tempos antigos? É bíblico ou não um crente lembrar das grandezas que Deus realizou durante a história passada da igreja na qual congrega? Esta aparente contradição bíblica é resolvida quando analisamos cada um desses versículos dentro do seu contexto.
Confesso que preocupa-me o fato de alguém querer ignorar os acontecimentos grandiosos ocorridos na história da igreja. Como se lembrar dessas coisas não fizesse sentido algum para a fé do povo de Deus. Vez por outra ouvimos irmãos esbravejarem do púlpito: “Quem vive do passado é museu”. Confesso que em minha ignorância já disse isso algumas vezes. Porém, pergunto, esta afirmação está correta no sentido na qual é colocada pelos pregadores? Precisamos mesmos esquecer as realizações miraculosas que Deus tão bondosamente realizou em nosso meio, e não mais falarmos delas sob o risco de parecermos saudosistas? Erra o irmão ou a irmã que se põe a fazer uma analogia entre o estado da igreja de outrora com o que temos vivenciado hoje? Creio que não. Não podemos esquecer a memória de nossa igreja. Não devemos reprimir as lembranças dos que viveram tempos de intenso avivamento na Casa do Senhor. Com muita propriedade disse certo pensador: “Um povo sem memória, sem passado, é um povo sem futuro”.
Confesso que alegra-me o coração ouvir os irmãos mais velhos relatarem as manifestações que o Senhor operava, e a freqüência com que Ele operava num passado próximo. Tais relatos servem para que possamos verificar nossa ‘temperatura’ espiritual de hoje com a que foi vivida por estes irmãos outrora. Não quero com isto dizer que Deus não opera hoje, de forma alguma. Ele opera sim, pois “Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente” (Hebreus 13.8) e como disse o grande legislador de Israel, Moisés: “... sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus” (Salmo 90.2). Contudo, em alguns momentos fico com a impressão de que muito do que está acontecendo hoje durante a celebração do culto nas igrejas, e é apresentado como uma ação divina, tem muito mais de homens do que de Deus. Tem muito mais emocionalismo da carne do que santas emoções produzidas pelo Santo Espírito. Então, é natural que aqueles que viveram e presenciaram num passado recente as operações de Deus no meio do Seu povo, a dimensão e a freqüência com que ocorriam estas manifestações divinas, há de estranhar algumas manifestações de hoje e sentir falta do mover do Espírito Santo na igreja de Deus como ocorria antes. Não vamos entrar em detalhes, mas em muito lugares tem ocorrido coisas 'bem estranhas' durante a celebração do culto, as quais são tidas como operação do Espírito Santo.
Olhando os relatos do final do êxodo na ocasião em que Josué e o povo de Israel atravessaram o rio Jordão a pés enxuto (Josué cp. 3), no grande milagre da travessia do Jordão, para entrarem na terra prometida, encontramos uma ordem expressa de Deus a Josué para que ele separasse doze homens dentre os filhos de Israel, um de cada tribo, para que estes levantassem cada um uma pedra de dentro do rio Jordão, do lugar aonde havia pisado os pés dos sacerdotes no meio do rio, e estas pedras deveriam ser arrumadas num monumento na outra margem do rito e posteriormente na cidade de Gilgal (Josué 4.1-5,8-9,20). Mas qual a razão para tal ordem? Por que Deus queria um monumento de pedras tiradas do rio erguidas num local determinado por Ele? A resposta a estas questões está no final do versículo que diz: “... assim que estas pedras serão sempre por memorial aos filhos de Israel” (4.7) e também quando diz: “... Quando no futuro vossos filhos perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?, fareis saber aos vossos filhos, dizendo: Israel passou em seco o Jordão...Para que todos os povos da terra conheçam a mão do Senhor que é forte, para que temais ao Senhor, vosso Deus, todos os dias” (4.21-24). Eis aí a razão. Deus não desejava que as futuras gerações do seu povo Israel esquecessem do que Ele havia operado naquele dia em favor dos Israelitas. O Senhor estava estabelecendo um memorial, para onde as futuras gerações dos filhos de Israel deveriam voltar seu olhar e lembrar do grande poder do Senhor Jeová, a fim de temerem sempre ao Senhor e fortalecerem a sua fé Nele. “Um monumento de pedras era freqüentemente usado para relembrar às gerações futuras a respeito do livramento divino e da sua graça para com o seu povo. O crente de hoje pode escolher certas coisas ou lugares como memoriais para relembrar as grandes coisas que Deus fez por eles...” (1). Portanto, neste contexto o Senhor faz questão que seu povo não esqueça dos milagres e maravilhas que Ele operou no passado, a fim de que a fé do crente seja fortalecida e este saiba que o mesmo Deus que operou antigamente é o mesmo que pode operar hoje. Por isso ele diz: “Lembrai-vos das coisas passadas...” através do profeta Isaías ao povo de Judá que iria para o cativeiro babilônico, mas precisaria manter sua fé viva no Senhor seu Deus.
Por outro lado há um passado que Deus não quer que estejamos apegados a ele. O passado de sofrimento, pecado e julgamento. O Senhor deseja que seus filhos esqueçam. Há cristãos que comumente estão voltando a lembrar-se do seu passado, da vida de pecados que levavam antes de se tornarem salvos na pessoa bendita de Jesus Cristo, e se põe a falar dele às outras pessoas. Ora, se nem mesmo Deus deseja lembrar destas coisas como diz em sua Palavra “... porque perdoarei a sua maldade e nunca mais me lembrarei dos seus pecados” (Jeremias 31.34), por que deve lembrar-se delas o crente nascido de novo? “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17). Portanto, neste contexto Deus diz “Não vos lembreis das coisas passadas. O próprio Deus através do profeta Isaías trás à memória do povo de Judá os Seus feitos maravilhosos operados outrora na vida de seus antepassados, (Isaías 43.16-17) e promete que irá fazer coisas maiores do que aquelas presenciadas pelos seus pais, “Eis que farei uma coisa nova...” (vs.19,20). Contudo, o povo de Judá deveria esquecer as profecias de julgamento proferidas contra eles, “As coisas passadas são as profecias de juízo anunciadas por Isaías e outros profetas (Is 42.9,21-25; 43.9,10; 46.8,9; 48.3)". (2).
Concordo que nenhum crente ou igreja ‘viva’ do seu passado como que se as manifestações espirituais desse tempo seja apenas uma realidade distante e impossível de acontecer novamente. Não devemos olhar para trás com um coração cheio de incertezas e o pensamento de ‘bons tempos que não voltam mais’, de jeito nenhum. O fervor, a devoção, o poder para vencer o mundo e o pecado. A santidade e as manifestações gloriosas da igreja de tempos remotos devem-nos inspirar, provocar em nós santo temor e santo desejo para buscarmos ao Senhor e pedir que ele derrame um grande avivamento entre nós. Deve-nos conduzir de volta para o altar da Palavra de Deus. Mover-nos em direção ao Senhor com maior devoção e desejo da Sua presença, “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós...” (Tiago 4.8). Portanto, lembrar ou não lembrar do passado, como diz a Palavra de Deus, dependerá do contexto no qual encontra-se uma e outra advertência.

Pb. Junior Mendes da Silva

(1)  Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro. CPAD, 1995, p.351
(2) O Novo comentário BIBLICO ANTIGO TESTAMENTO. Rio de Janeiro. EDITORA CENTRAL GOSPEL, 2009, P.1079